Biografias: Patrulha do Espaço.

Dudu, Rolando, Kokinho e Arnaldo. Foto de Grace Lagoa.

Em meados de 1977, o Patrulha do Espaço foi formado com o intuito de ser uma banda de rock and roll sob a capitania de Arnaldo Baptista, que voltava à ativa após anos de amargura e incompreensão. Com Rolando Castello Jr. na bateria, John Flavin na guitarra e Kokinho no baixo, a banda começou a ensairar as músicas de Arnaldo por um mês ou mais, soando como se já tivesse anos de formação.

“Com o nome agora traduzido para o português a banda de Arnaldo estava completamente reformulada, com ele próprio voltando aos teclados e vocais e o irlandês John Flavin na guitarra, um cara que tocava blues como poucos na época, egresso do Humauaca, onde buscava ao lado de Willy Verdaguer. No baixo estava Oswaldo Genari, o “Kokinho" (ex-Neblina) e na bateria, o ex-Made in Brazil, Rolando Castello Jr., que acumulava experiência roqueira por ter passado um tempo na Argentina com o Aeroblus, um power-trio vigoroso com Pappo Napolitano, nas guitarras e vocais, e Alejandro Medina, no baixo. Junior vinha da escola pesada de caras como Bonham, Appice e Brewer, e era o motor da Patrulha do Espaço.” (Poeira Zine, Especial Nº 1)

O primeiro show da banda foi dia 17 de setembro de 1977, no Primeiro Concerto Latino Americano de Rock, no palco do Ginásio do Ibirapuera em São Paulo, diante de 8.000 pessoas. Eduardo Chermont entrou como guitarrista nesse show.

Já no ano seguinte, Arnaldo Baptista saiu da banda após um concerto no Anfiteatro Cacilda Becker em São Bernardo, São Paulo. Percy Weiss (ex-Made In Brazil) entrou na banda como vocalista, e eles lançaram seu primeiro single. Já com uma boa reputação em São Paulo, a banda fez sua primeira turnê pela região Sul. A banda também incorporou Walter Bailot (ex-Joelho de Porco, ex-Cães e Gatos) como guitarrista. Em 1979, gravaram o primeiro disco independente de rock do Brasil, que foi lançado no ano seguinte e entitulado Patrulha do Espaço, também conhecido como Disco Preto.

Entre 1980 e 1983, a banda passou por mais mudanças, tendo agora em sua formação Sérgio Santana nos vocais e contrabaixo, Dudu Chermont na guitarra e Rolando Castello Jr. na bateria. A banda lançou três discos homônimos (Patrulha do Espaço, Patrulha, e Patrulha do Espaço 4) que contém clássicos tanto para o Patrulha do Espaço quanto o rock nacional em geral. Em 1983, a banda foi o ato de abertura dos shows do Van Halen em São Paulo, recebendo elogios de Eddie Van Halen.

Em 1985, Dudu Chermont deixa a banda para tocar no Made In Brazil, e é substituído pelo guitarrista argentino Pappo (ex-Riff, ex-Aeroblus), e com ele a banda lança seu disco mais pesado, o Patrulha 85. Pappo então retornou a Buenos Aires para reiniciar a banda Riff e Rolando Castello Jr. foi tocar no Inox, encerrando as atividades da banda.

Depois de quase cinco anos, o Patrulha do Espaço fez um show único no Centro Cultural de São Paulo, com Sérgio no baixo e vocal, Percy Weiss no vocal, Rubens Gióia na guitarra, e Rolando Castello Jr. na bateria, contando ainda com a participação especial de Hélcio Aguirra.

Em uma tentativa de reagrupar a banda, Sérgio, Rubens e Rolando começaram a ensaiar, escrever e gravar material novo, resultando em um demo com três músicas. A banda fez cinco apresentações até novembro de 1990, no Paraná, onde fizeram o último show com Sérgio Santana. Com a morte de Sérgio, a banda ficou temporáriamente sem rumo.

Em 1991, o Patrulha do Espaço reuniu-se e tocou três shows no Paraná e um no interior de São Paulo, com Rolando, Rubens, e músicos convidados. Em 1992, com Xando Zuppo e Rubens Gióia como guitarristas, Percy Weiss nos vocais e Rolando Costello Jr. na bateria, a banda fez shows entre o Paraná e São Paulo e gravou um disco ao vivo em tribtuto a Sérgio Santana. O resultado foi Primus Inter Pares, que só foi lançado dois anos depois.

No Nescafé Blues Festival, Kokinho e Rolando juntaram-se ao ex-companheiro de banda Pappo para apresentações em São Paulo e no ABC. O projeto Heróis do Rock instigou outra tentativa de reunião, juntando as bandas Made In Brazil, Tutti Frutti e Patrulha do Espaço. Foi também nos anos de 1990 que foram lançados os três primeiros volumes da série Dossiês, contendo a história bem ilustrada da banda em forma de CD.

Em 1999, a banda retorna oficialmente à estrada, com Rolando Castello Jr., o baixista Luiz Domingues, e os jovens Marcelo Schevano e Rodrigo Hid, que revezavam as guitarras, teclados e vocais. Gravando o album Chronophagia, que foi lançado em 2000, o Patrulha do Espaço voltou a aparecer em programas de rádio e televisão, e principalmente em seus shows, que manteriam a banda com a mesma formação até 2004.

“É uma grata surpresa ouvir esse CD onde apesar da nova formação, a banda conseguiu manter intacto o espírito setentista do som. É isso que o leitor interessado encontrará: rock’ n roll de primeiríssima qualidade que lembra bastante as bandas nacionais daquela época, como o Made in Brazil, por exemplo. O destaque fica, é óbvio, para o grande batera, Rolando Castello Junior, que sempre impressionou, desde os tempos em que participava do já citado MIB, Inox, entre outras e felizmente encontra-se em excelente forma”. - João Gobo - Batera & Percussão, número 41, janeiro 2001

O último show dessa formação foi em outubro de 2004, em São Carlos, onde Rolando instalaria uma escola de bateria e só voltaria a tocar com a banda em março de 2005. Ricardo Dezotti assumiu a posição de guitarrista, Vagner Siqueira foi o novo baixista e Percy Weiss reassumiu os vocais. O disco Missão Na Área 13, gravado ao vivo em 2004, foi lançado em 2007. Com a banda espalhada em 2005, a formação mudou mais uma vez, com Marcelo Schevano e René Seabra juntando-se a Rolando e continuando o Patrulha do Espaço como um trio.

Além de festivais independentes, gravações para um disco futuro, e outras apresentações, a banda gravou um especial acústico para o Mundo Livre FM de Curitiba em 2009. Depois de três anos como um trio, a formação novamente se desintegrou, e para a comemoração dos 30 anos do primeiro disco da banda, Rolando juntou-se a Percy Weiss (participação especial), Danilo Zanite e Marta Benévolo.

Em 2011, Paulo Carvalho entrou como baixista, e o Patrulha do Espaço iniciou a Base Rock Tour 2011 que percorreu os estados de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Distrito Federal. Paralelamente à turnê, a banda também realizou gravações de novas músicas que resultariam em seu próximo album, Dormindo em Cama de Pregos. O CD foi lançado em março de 2012 e seguiu-se de uma turnê.